
A Eslovénia, um país situado na Europa Central, é conhecida pelas montanhas, pelas estações de esqui e pelos lagos. Às margens do lago Bled, um lago glacial abastecido por fontes termais, a cidade de Bled tem uma ilhota com uma igreja e um castelo medieval no topo de um penhasco. Em Liubliana, a capital da Eslovénia, as fachadas de estilo barroco misturam-se com a arquitetura do século XX de Jože Plečnik, arquiteto nascido na cidade, cuja famosa Tromostovje (Ponte Tripla) atravessa o curvo e estreito rio Ljubljanica. (Google, 24/04/2023)
No âmbito da 2ª mobilidade do projecto Erasmus+ KA122: TEACHING AND LEARNING TOWARDS AN INCLUSIVE DIGITAL AND SUSTAINABLE WORLD, um grupo de 4 alunos e 2 professores acompanhantes, e ainda, 2 professores e 1 técnico superior em jobshadowing, partiram à descoberta da Eslovénia de 16 a 23 de Abril de 2023.
Primeira paragem, CENTRO DE ATIVIDADES ESCOLARES E EXTRACURRICULARES (CŠOD) BOHINJ, no Parque Nacional Triglav, sob a tutela do Ministério da Educação esloveno. O CŠOD é pois, um dos 26 centros eslovenos/escolas de natureza que se dedica à formação de jovens no que concerne a conservação da natureza, neste caso com base no estudo e observação do Lago Bohinj, a sua flora e fauna alpinas, através de caminhadas, canoagem no Lago Bohinj, ciclismo, montanhismo, escalada, palestras temáticas, workshop de sobrevivência na natureza com aplicação prática dos ensinamentos – como atear fogo, como lidar com hipotermia (o lago apresenta uma temperatura média de 9 graus à superfície e 4 graus no fundo), como suprir situações de sede, desorientação espacial, entre outros – e ainda observação astronómica. Aquando no centro, o grupo observou rigorosamente as suas regras de funcionamento, tais como, manter o espaço organizado e limpo, não utilizar calçado no seu interior, respeito pelos horários das refeições, acordar, deitar e manter silêncio.
Entre os dias 17 a 20, o grupo de trabalho da escola básica de Aver-O-Mar participou ativamente em todas as atividades propostas revelando sentido de responsabilidade e consciência ecológica, cientes da importância de tais conhecimentos para a sua eventual sobrevivência e a sustentabilidade do planeta.
Em todas as atividades fomos acompanhados por técnicos e professores especializados que promoveram o espírito de grupo, a colaboração e o companheirismo entre todos os participantes – para além do grupo português, estavam no centro alunos e professores italianos e eslovenos – um melting pot que favoreceu novas amizades agilizadas pela comunicação em língua inglesa. Todos estiveram à altura deste desafio!
Segunda paragem, LIUBLIANA, a capital da Eslovénia cativa de imediato os seus visitantes já que apesar de ser uma cidade de pequena dimensão, é uma das cidades mais vibrantes dos Balcãs, classificada pela Unesco como uma das várias Cidade de Literatura. Uma cidade moderna, conhecida pela sua vida cultural e legado histórico de inegável riqueza, fruto dos inúmeros povos que a cobiçaram ao longo dos séculos. Tem uma face clássica que se alia na perfeição à vivacidade duma população jovem e dinâmica. Deambulamos pela cidade: a Praça Prešeren, da Ponte Tripla – desenhada, em 1931, pelo arquiteto Jože Plečnik – à dos Dragões, o Mercado central de legumes, fruta e flores, a Catedral/ Igreja de S. Nicolau, com umas imponentes portas de bronze, a Praça Mestni e a Câmara Municipal, a Praça do Congresso e uma visita surpresa ao Parlamento Esloveno, momento alto da visita à cidade que nos permitiu, para além de conhecer o espaço, dialogar com a vice-presidente do parlamento e o seu deputado mais jovem – um momento de reflexão, o questionar sobre os desígnios de uma nação e a comparação possível com a realidade portuguesa.
Liubliana, uma cidade com cerca de 300 mil habitantes, fica nos nossos corações pela elegância das esplanadas ao longo do rio Liublianica, as cores ocres dos seus edifícios, os espaços verdes, a sua simpatia e os passeios que vibram com pessoas a caminhar, ou usar a bicicleta e o skate para se deslocarem. Ah! Mas também pelos excelentes gelados que comemos!!
Terceira paragem, POSTOJNA CAVES, a Gruta Postojna, descoberta por Luka Čeč, é um fascinante paraíso subterrâneo moldado por pequenas gotas ao longo de milhões de anos, o único lugar onde se pode ver a Jóia, uma preciosa formação rochosa 5 metros de altura – a estalagmite mais bonita da caverna – e conhecer os dragões bebés – pequenos seres que vivem nas profundezas da caverna, com pele pálida, quase translúcida, tufos vermelhos incomuns, olhos que não se veem e quatro membros de apenas dez dedos.
Conta a lenda, que os habitantes da zona acostumados a viver cercados por cavernas, poços, rios intermitentes, lagos e nascentes incomuns que irrompiam do solo em épocas de chuva forte ou inundações, também se habituaram a que as fortes correntes trouxessem à tona alguns “peixes” incomuns, com pele branca como a neve, corpo comprido, cauda longa e quatro patas. Acreditavam, assim, que havia um terrível dragão a viver dentro da gruta de Postojna, e esses animais seriam, na verdade, dragões bebés.
Assim como o mundo acima da superfície, a Caverna possui montanhas imponentes, formações deslumbrantes, rios murmurantes e vastos salões subterrâneos. É um verdadeiro desafio para os exploradores e um berço de Espeleobiologia. Este fabuloso espaço é património da Unesco e é o segundo maior sistema de cavernas cársico do mundo aberto aos visitantes.
Quarta e última paragem, VENEZA. Um bónus desta viagem uma vez que, por questões logísticas, o grupo voou do Porto para Veneza e se deslocou até à Eslovénia de autocarro. No regresso, foi possível visitar esta maravilhosa cidade italiana por uma tarde, antes de embarcarmos com destino ao Porto. Um olhar rápido, mas atento, aos canais, às gôndolas sonhadoras, à magnificência da Praça de S. Marcos, à triste história da Ponte dos Suspiros, à multiculturalidade presente nas estreitas ruas e praças…
Do sonho à realidade, uma experiência repleta de novas vivências, de conhecimento, Amizade e Respeito pela Natureza.
“A viagem foi muito divertida e importante para a nossa aprendizagem no futuro, gostei muito de visitar a Eslovénia!!” (Inês)
“Quando decidi participar novamente num projeto Erasmus não tinha ideia que ia ficar tão admirada por tudo ser tão diferente da viagem anterior. Não podia estar mais grata por ter tido esta oportunidade. Aprendemos a sobreviver na natureza, a escalar, a andar de canoa entre outras coisas, mas acima de tudo aprendemos a comunicar com pessoas diferentes de nós, pessoas de outros países e outras culturas. Foi sem dúvida uma experiência incrível e inesquecível com a melhor companhia.” (Matilde)