No passado dia dois de junho, regressou à escola a Margarida Silva, hoje, a Capitão Silva para conversar com os nossos alunos acerca da sua vida e da sua profissão, visita enquadrada no projeto de promoção da Cidadania e Forças Armadas, que o Agrupamento está a promover..
Esta quarta feira foi um dia diferente, pois uma flor que cresceu outrora no nosso jardim, a Margarida Silva, regressou à escola para dar o seu testemunho de vida e partilhá-lo com algumas turmas dos segundo e terceiro ciclos. Vinte anos volvidos desde da sua saída, no fim do nono ano, a, hoje, Capitão Silva, do Exército Português, veio partilhar com os nossos alunos o que ela fez desde que saiu do ninho escolar.
Assim perante o olhar atento dos mais pequenos, ela referiu que saiu da nossa escola e foi para a Secundária Eça de Queirós e, no fim do 12ºano, decidiu enveredar pelas forças armadas e concorreu à Academia Militar, de onde, depois de cinco anos de esforço e sacrifício, saiu de lá Alferes do Exército Português.
A capitão iniciou a sua palestra com uma explicação sobre a orgânica das forças armadas em geral e do exército em particular, ramo ao qual pertence. Deu a conhecer as missões atribuídas ao exército em tempo de guerra e em tempo de paz, falou-nos dos diversos organismos internacionais de que Portugal faz parte como a NATO ou a ONU e cujo o objetivo primordial é manter a paz no mundo. E foi ao serviço deste último organismo que a Margarida viajou para a República Centro Africana para manter a paz numa nação dilacerada por anos de guerra civil em que as vítimas são essencialmente as populações civis. Lá, protegeu a realização de eleições livres, distribui tesouros para aquelas crianças: lápis, cadernos, roupas, totós para o cabelo e sobretudo muito carinho para aqueles meninos que só conhecem a guerra desde que nasceram. Muitos alunos ficaram com os olhos tristes enquanto viam um pequeno vídeo e ouviam o testemunho, na primeira pessoa, da Capitão Margarida. Perceberam que tinham tanto em casa e na escola comparado com aquelas crianças. Na escola, escreviam no chão porque não havia com e onde escrever.
Este momento de partilha foi importante para os nossos alunos porque sentiram-se uns felizardos, uns sortudos por nascer num país em paz que os protege de toda e qualquer agressão interna ou externa.
No fim da sessão os alunos entusiasticamente aplaudiram o testemunho da palestrante e agradeceram aquele momento que classificaram de “Muito fiche!”. Esta avaliação, como o sabemos, demonstra o impacto positivo que as imagens que viram e, sobretudo, as palavras que ouviram daquela ex-aluna tiveram.
Em jeito de agradecimento, foram entregues à Capitão Margarida Silva, pelo diretor do Agrupamento, algumas lembranças, com destaque para uma cópia das suas matrículas na então Escola Preparatória de Aver-o-Mar, onde esteve do 5º ao 9º ano.
Uma das sessões, e ao longo do dia foram várias as realizadas, foi gravada pelos alunos do Clube de Comunicação, ficando em breve disponível para os restantes alunos, uma vez que, pelas limitações da atual pandemia, a lotação do auditório esteve limitada.
Como presidente do Núcleo de Reservistas da Povoa do Varzim, professor desta escola e coordenador do Projeto Cidadania e Forças Armadas, em nome da escola e em meu nome pessoal, deixo aqui o meu público agradecimento à senhora Capitão Margarida Silva, desejando-lhe os maiores sucessos pessoais e profissionais.
Aproveito a presente notícia também para apelar a ex-militares na reserva para a recente criação do Núcleo de Reservistas da Póvoa de Varzim que, no momento tem poucos sócios e pretende aumentar os seus membros. Para tal podem contactar-me diretamente (joaquim.oliveira @aeaveromar.pt) ou enviar mensagem para a escola que será devidamente encaminhada.
Professor Joaquim Oliveira