Dia 19 de outubro! Realizou-se a apresentação do livro “A várias mãos #5”, um livro que resultou do trabalho colaborativo dos vários Agrupamentos de Escolas e Escolas Secundárias do concelho da Póvoa de Varzim, sob o patrocínio da CMPV.

Este ano, os textos versaram o tema “Teares dos tempos”. E nesta quinta edição, coube à Educação Pré-escolar representar o Agrupamento de Escolas de Aver-o-Mar.

Eis o trabalho que realizaram:

FONTE da MOURA

Já viram a “Fonte da Moura”? – perguntou a educadora com entusiasmo,

E os meninos logo disseram que sim. E a educadora continuou:

– Sabiam que esta fonte é famosa? Sabem porquê?

E uma criança referiu com determinação:

– Um rei esteve nesta fonte.

– Havia lá cobras! – garantiu uma outra criança.

E a educadora continuou: “Conta a lenda que o rei D. Afonso Henriques e alguns cavaleiros passaram por este local de Navais. Estavam com sede e perguntaram a uma jovem moura fugitiva se esta sabia onde poderiam encontrar água nas redondezas. Esta respondeu que a fonte ficava muito longe, mas que se o Deus dos cristãos era assim tão poderoso, então que fizesse nascer ali mesmo uma fonte. Talvez ela se convertesse ao cristianismo.

  1. Afonso Henriques desceu do cavalo, pousou a espada e retirou-se para rezar. De repente, ouviu-se um borbulhar de água fresca que corria formando, logo ali, um pequeno regato. A fonte ficou conhecida pela “Fonte da Moura”.

– A minha mãe contou essa história, a história da moura! – lembrou uma pequenita.

A educadora mostrou a imagem de D. Afonso Henriques, no computador, referindo que foi o primeiro rei de Portugal.

– Uau! Tem um escudo! E uma espada! Foi esta espada que ele pousou no chão quando rezou?

– Eu não sabia que tínhamos rei!

– E as cobras? – perguntou uma outra criança – O meu avô disse que apareciam lá na fonte cobras, há muitos anos!

– Havia quem dissesse que a moura se transformava numa cobra sempre que alguém ia à fonte! – disse a educadora.

– Uau, que medo! Cobras!

– E que tem? Eu não tenho medo de cobras! – disse um rapazinho.

– Quem já esteve nesta fonte? – questionou a educadora.

E alguns dos meninos levantaram a mão e, logo de seguida, surgiram diversas constatações:

– Tem umas grades! Está tapada com pedras!

– É pequenina, deita água, faz uma poça e vai para um rio!

– Há muitos bichinhos que vivem lá!

– Sim… formigas, sapos… eu acho que vi um peixe!

– Um tubarão? Ou um crocodilo?

– Não, o tubarão é muito grande. Não cabe lá! O crocodilo também não!

– Quando os bichinhos veem as pessoas assustam-se e pulam!

-A fonte tem pedrinhas! E as pedras de cima não deixam o sol entrar e atrapalhar os bichinhos que lá vivem!

– Será que podemos beber água dessa fonte? – perguntou a educadora.

– Eu acho que não! Tem lixo! -disse uma das gémeas.

– Está com grades, não conseguimos tirar água! – referiu um menino.

– O meu avô disse-me que foi arranjar a fonte!

– Esta fonte é tão famosa, tão importante! O que acham que devemos fazer com a fonte? – perguntou a educadora.

– Deixá-la em paz por causa dos bichinhos!

– Cuidar dela, ela é linda!

– Eu acho que devíamos pôr uma placa a dizer “Aqui bebeu um rei”!

– Vejam só – disse a educadora – a fonte já deu de beber a muitas pessoas! Agora é um local onde vivem muitos bichinhos! E vocês já pensam em cuidar dela para que ninguém se esqueça que ela já foi importante! É caso para dizer:

  AS TEIAS QUE O TEMPO TECE!

– Professora, quem tem teias são as aranhas e eu vi lá uma aranha!

JI de Navais

Carlos Gomes de Sá

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